Companhia Paulista de Estradas de Ferro






HISTÓRICO


As grandes iniciativas tecnológicas do século XIX tiveram no Imperador Dom Pedro II seu maior impulsionador. Decreto Imperial de 1868 autorizava a implantação da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, de Jundiaí à Campinas, na Província de São Paulo.

Fundada em Assembléia realizada no Paço Municipal de Campinas, aos 16 de dezembro de 1867 e instalada na Capital da Província, aos 30 de janeiro de 1868, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro de Jundiaí a Campinas, teve aprovados seus estatutos e autorização através do Decreto Nº 4.238 de 28 de novembro de 1868.

O Fundador e os antigos Presidentes da Companhia: Dr. Francisco Antonio de Souza Queiróz,
Cons. Joaquim Saldanha Marinho, fundador, Barão de Jaguara, Dr. Elias Pacheco Chaves ,
Dr. Fidêncio Nepomuceno Prates e Dr. Clemente Falcão da Souza Filho


O início da construção da ferrovia deu-se em 15 de março 1870, sendo confiada a execução das obras aos empreteiros Angelo Thomaz do Amaral, João Pereira Darrigue Faro e Heitor Rademaker Grunewald, tendo como engenheiro chefe das obras o Dr. João Ernesto Viriato de Medeiros. Os trabalhos objetivavam cobrir 45 km, na bitola de 1,60 m, igual, portanto, à Santos-Jundiaí. Em 11 de agosto de 1872 chegou a Campinas o trem inaugural, motivo para festas ruidosas.

A estação de Campinas, em 1882


Em 12 de maio de 1873 foi assinado o contrato com o Governo da Província para a construção do prolongamento de Campinas à Rio Claro, passando por Limeira, na extensão de 89 Km, atingindo Santa Bárbara em 27 de agosto de 1875, Limeira em 30 de junho de 1876, e Rio Claro em 11 de agosto de 1876.

Não se tinha concluido a nova linha e já a Companhia cogitava de outro prolongamento, para a construção da via férrea de Cordeirópolis à margem do rio Moji Guaçu, numa extensão de 127 km. A extensão até Cordeirópolis foi aprovada pela Lei nº 35 de 29/3/1876, sendo essa linha inaugurada até Araras em 10 de abril de 1877, até Leme em 30 de setembro de 1877, até Pirassununga em 24 de outubro de 1878, e até Porto Ferreira, na margem do Rio Moji Guaçu, em 15 de janeiro de 1880.

Ainda em 25 de outubro de 1880, a Companhia Paulista assinou contrato com o Governo da Província para a construção da estrada de Porto Ferreira à Descalvado, numa extensão de 18 km, a qual foi inaugurada em 7 de novembro de 1881.

Com a chegada dos trilhos às margens do Rio Mogi-Guaçu, foi criado um serviço de navegação fluvial entre Porto Ferreira e Pontal. Nesse período a Paulista explorou o transporte fluvial no Rio Mogi-Guaçu e Rio Grande, permitindo acesso em novas áreas.

As composições da Paulista no embarcadeiro do Rio Mogi-Guaçu


À Companhia Paulista cabe a iniciativa de transportar nas linhas férreas do Estado, gratuitamente, os imigrantes e suas bagagens. Nos trinta e cinco anos decorridos desde 1882 até 1917, tinha a Companhia Paulista dado passagem em seus trens a 700.765 imigrantes.

As iniciativas da Companhia Paulista, porém, não se limitaram apenas às linhas férreas citadas acima. Muitas outras linhas foram construídas e adquiridas, e a Companhia Paulista auxiliou o Governo Federal na cobnstrução da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.

A Paulista foi a pioneira em tração elétrica na América do Sul, sendo que o primeiro trem circulou em 14 de julho de 1922. A General Electric, de Campinas, fabricou a primeira locomotiva de tração elétrica do Brasil para a Companhia Paulista.

Composição da Paulista com locomotiva elétrica fabricada no Brasil


Na área de reflorestamento, esta empresa também foi a primeira. Como o avanço do café estava acabando com as reservas florestais e a madeira necessária às locomotivas e da via permanente estava ficando cada vez mais distantes, o reflorestamento tornou-se relevante. Diante disso, o Engenheiro Agrônomo Edmundo Navarro de Andrade iniciou o cultivo de eucalipto, em 1903, em Jundiaí, seguido de outros projetos, os quais resultaram em Hortos Florestais como o de Aimorés em Bauru, Bebedouro em Bebedouro, Bela Vista em Iperó, Boa Sorte em Restinga, Brasília em Cabrália, Córrego Rico em Jaboticabal, Descalvado em Descalvado, Camaquã em Ipeúna, Guarani em Pradópolis, Loreto em Araras, São Carlos em São Carlos, Sumaré em Sumaré, Mogi Mirim, Tatu em Limeira, e Rio Claro.

A partir da Segunda Guerra Mundial, a Paulista começou a perder sua condição de empresa ferroviária modelo e, em 1961 o Estado passa a ser o seu maior acionista, até que, em 1971, fez parte da formação da FEPASA.