Companhia Paulista de Estradas de Ferro




Remanso



KM 126,118

Inaugurada a 04/11/1884

Demolida

Aberta em 1884, sendo o fato registrado no relatório anual da Cia. Paulista, como "foi assentado um desvio de 175 m no km. 9 da 3ª secção, para a estação de Remanso". Seis anos depois, um outro relatório da Cia. mostra o estado precário da estação existente: "foi contratada por empreitada a construcção das estações definitivas de Remanso, Leme e Goabiroba, que urge não demorar em vista do máo estado que offerecem as provisorias construidas de taboas e com dimensões acanhadas..." Em abril de 1891 é anunciado o término da construção das três novas estações, e esta é data que mede a idade do prédio demolido há alguns anos, sobrevivendo portanto cerca de 102 anos. Ela tinha o armazém incorporado à estação de passageiros. A estação atendia principalmente às fazendas Remanso e Palmeiras, e era a mais alta do ramal, situada próxima ao divisor de águas da bacia do Tietê e do Mogi-Guaçu. Como curiosidade, segue a transcrição de um grave acidente ocorrido na estação, em 1904: "O accidente deu-se na estação de Remanso, quando se procedia a descarga de um wagon com inflamaveis e explosivos, tendo por causa a explosão de um volume com bombas, que ou caíra no assoalho do wagon ao ser aberta a porta, ou fora atirado na plataforma da estação pelos dous empregados do trem que faziam a descarga. Ambos ficaram gravemente feridos, tendo um, infelizmente, fallecido muitos dias depois do accidente e achando-se o outro em convalescença". Em 1915, foi estabelecido por curto período de tempo um posto provisório, no km 128, apenas dois quilômetros à frente da estação. A fazenda Palmeiras era uma das principais usuárias da estação. De propriedade da família Mathiesen, chegou a ter 230 alqueires em 1929, com 129 mil cafeeiros, produzindo dez mil arrobas de café, além da criação de gado e outros animais. Em fevereiro de 1977, passou por ali o último trem de passageiros, voltando de Pirassununga para Cordeirópolis. Em 1986, ainda estava de pé, completamente abandonada e depredada. Foi demolida entre 1992 e 1994, segundo Marco Aurélio A. Silva, de Pirassununga, estando hoje no meio de um imenso canavial, mas com o local ainda identificável, embora tenha de ser necessário se abrir caminho entre o mato alto para se ver os trilhos e restos de tijolos antigos. A fazenda não se chama mais Palmeiras, não é mais dos Mathiesen (hoje faz parte do canavial da Usina São João, de Araras) não planta mais café, mas cana e a sua colônia foi demolida em fins de 1996 para a plantação de mais cana. Sobrou apenas a pequena igreja (de 1935), desmontada para ser reerguida na chácara de seus antigos donos, ali perto. (Ralph Mennucci Giesbrecht – do seu livro "A Estrada do Mogy-Guassú – A História dos ramais ferroviários de Descalvado e de Santa Veridiana")


Julho de 1999